sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Areia é substituída por cinza de cana na produção de concreto .

Por ano, 3,8 milhões de t de cinzas de bagaço de cana-de-açúcar são descartados em aterros sanitários.
.Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) produziu concreto com as cinzas resultantes da queima do bagaço de cana, substituindo, assim, a areia.

A produção consiste primeiramente em um processo de peneiramento, para retirar pedaços de bagaço de cana que não foram queimados, e depois em um processo de moagem, para o acerto granulométrico, de forma que os grãos da cinza fiquem com tamanho semelhante aos de areia.

Em uma mistura com uma substituição de areia por cinza de 30% a 50%, o concreto ganha até 17% mais resistência. Com isso, a quantidade de cimento presente no concreto diminui, mantendo a mesma resistência. Essa substituição é possível devido às características granulométricas da cinza, que são semelhantes à da areia natural, com uma porção cristalina e alto teor de sílica. Com uma possível troca de materiais, a retirada de areia dos leitos dos rios, que vem sendo dificultada por questões ambientais, poderia diminuir significativamente.

O objetivo da equipe é introduzir a inovação no mercado da construção civil por meio das prefeituras. A ideia é estimular primeiramente o uso do concreto de cinzas na infraestrutura urbana, na construção de sarjetas, meio-fios e bocas de lobo, por exemplo, para depois conseguir investimentos de empresas privadas. A estimativa é que, se o concreto realmente for ao mercado, deverá ser 10% a 12% mais barato, devido ao baixo custo da cinza da cana-de-açúcar e à diminuição do volume de cimento no concreto.

Os pesquisadores estão na etapa de testar a durabilidade do concreto, que está sendo realizada em uma câmara que acelera o intemperismo por 12 meses. Logo após, será feita uma avaliação sobre os impactos sobre o meio ambiente. O estudo deve ser finalizado até maio de 2011.

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